SEXO: Seu corpo é seu TEMPLO?




 É assustador observar os comportamentos de muitos adolescentes, jovens e adultos, no campo da sexualidade.

A promiscuidade, antes reprovável, em nosso ambiente cultual atual, tem sido promovida e até incentivada. O mais grave é que tais estímulos já começam dentro de casa, quando os pais, por absoluta ignorância, pressionam os filhos, notadamente os homens, a namorar precocemente.

“E aí filhão? Já pegou quantas? Cadê a namoradinha? “

E isso é dito, com extrema constância, em tom jocoso, para meninos e meninas com menos de 12 anos de idade!!! Pasmem!

Caso você tenha pensado, agora, algo como: “Erika, que exagero, são só brincadeirinhas” recomendo que busque mais informação e aproveito para indicar as obras do sociólogo francês, Pierre Bourdieu, um cientista que empreendeu uma investigação sociológica profunda, detectando jogos de poder e analisando o comportamento dominante masculino.

Ele estudou esse modo de pensar pautado pelas dicotomias e oposições, identificando as posturas dos homens como uma construção arbitrária do biológico que fundamenta as divisões sexuais aparentemente espontâneas; a biologia e o corpo seriam espaços onde as desigualdades entre os sexos seriam naturalizadas.

Em termos mais simples, cometem-se abusos e educa-se mal, inclusive, através de “brincadeirinhas” que, em verdade, funcionam como uma espécie de justificativa ou escudo permissivo para que se cometam todo tipo de injustiças e iniquidades através do uso, indevido, da palavra.

A criança, através da pressão exercida pelos pais, notadamente, os meninos, são bombardeados de cobranças de ordem sexual e tratamentos que, muitas vezes, dificultam que eles entrem em contato com as próprias emoções, quando choram, não raro, surgem frases como: “seja homem” ou “tá parecendo uma menininha” ou “olha o fresco”.

Evidente que o menino não se sentirá à vontade para chorar, vai reprimir seus sentimentos, tem-se o início de uma cultura que contribui para casos de violência extrema, como feminicídio e estupro e também para violações cotidianas, a exemplo dos assédios verbais, o não respeito às mulheres e as práticas de infidelidade como símbolo do “masculino”, ou seja, são educados, desde cedo, a serem promíscuos.

As mulheres, por outro lado, quando meninas, seguem uma lógica oposta, são tolhidas quando manifestam a curiosidade, natural, de conhecerem o seu próprio corpo (“coisa feia, tira a mão daí menina!”) e crescem, cheias de medo e tabus, dentro de uma lógica social repleta de homens que não estão preocupados com a satisfação sexual delas, afinal, são criadas como “objetos de prazer”. Ocorre que ninguém que não se sinta feliz sexualmente estará bem, concordam? Tem-se o início da promiscuidade, também, entre as mulheres.

O que leva cada um a começar as práticas de desrespeito ao seu próprio corpo, tornando-o uma espécie de “bar”, todos acessam, usam, entram e saem, em relações superficiais e líquidas (Zygmunt Bauman) são fatores distintos, eles, incentivados a isso; elas, pela carência advinda da relação com homens egoístas, pelo vazio que se forma em decorrência de serem tratadas como objeto.

Fato é que se desvirtua a relação mais profunda e sagrada que poderia existir entre homens e mulheres. Para muitos a promiscuidade é vista como algo natural ou moderno; a bíblia chama isso de pecado (Hebreus 13:4).

Biblicamente falando, trata-se de uma violação repetida dos padrões de Deus para o sexo, tal ato só deveria existir como expressão de amor, do contrário, abrem-se as portas para doenças sexualmente transmissíveis e danos de ordem espiritual; a energia sexual é uma fonte inesgotável de criatividade e inspiração, altera nosso estado mental, nosso bem-estar emocional e físico e desempenha um importante papel na conexão com o nosso corpo e consciência.

Note que não deixamos qualquer pessoa ingressar em nossas casas, temos medo; o que se dirá, então, em relação a quem permitimos que acesse o mais profundo de nosso ser? A relação sexual implica em troca/entrelaçamento de energias entre os envolvidos; ou você nunca se sentiu péssimo, por até longos períodos, após transar com alguém?!

Há estudos que indicam que a energia do outro pode ficar impregnada em nossos corpos por até seis meses! E se for uma pessoa má, com problemas psiquiátricos perigosos ou uma personalidade perversa?

O sexo cumpre uma função divina, em sua forma de expressão mais elevada, significando uma união para servir a Deus. Quando o vemos como uma responsabilidade sagrada e um serviço, transforma-se no que verdadeiramente é, um ato espiritual.

O sexo cumpre uma função divina, em sua forma de expressão mais elevada, significando uma união para servir a Deus. Quando o vemos como uma responsabilidade sagrada e um serviço, transforma-se no que verdadeiramente é, um ato espiritual.

Que nossos corpos sejam nossos templos!

Erika Rocha

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